23 novembro 2021

Carta...


 (imagem retirada da internet)

Carta de uma idosa trancada em um lar de idosos.

Esta carta representa o balanço da minha vida.

Tenho 82 anos, 4 filhos, 11 netos, 2 bisnetos e um quarto de 12 metros quadrados.

Eu não tenho mais casa e nem minhas coisas amadas, mas eu tenho quem arrumar meu quarto, me faça comer e me faça cama, me controla a pressão e me pesa.

Não tenho mais risadas dos meus netos, não posso mais vê-los crescer, abraçar e brigar; alguns deles me visitam a cada 15 dias; outros a cada três ou quatro meses; outros, nunca.

Eu não faço mais nuggets ou ovos recheados e nem rolos de carne moída nem ponto cruz. Ainda tenho passatempo para fazer e o sudoku que me entretém um pouco ".

Não sei quanto tempo me resta, mas preciso me acostumar com essa solidão; faço terapia ocupacional e ajuda no que posso quem está pior do que eu, embora não queira me apegar muito: eles desaparecem frequentemente. Dizem que a vida é cada vez mais longa. Por quê? Quando estou sozinha, posso olhar para fotos da minha família e algumas memórias que trouxe de casa. E isso é tudo.

Espero que as próximas gerações entendam que a família se constrói para ter um amanhã (com os filhos) e retribuir aos nossos pais com o tempo que nos presentearam para nos criar.

Autor desconhecido.


08 outubro 2021

Almas velhas...


 

"ALMAS VELHAS: SAIBA PORQUE ELAS TÊM DIFICULDADE DE ENCONTRAR UM AMOR”

ELAS QUEREM UM AMOR PARA EVOLUIR JUNTOS

As almas velhas não querem ter um relacionamento apenas para ter uma companhia, elas necessitam de um amor para crescer juntos. São almas que já viveram muitas experiências anteriores e por isso querem utilizar dessa passagem pela terra para evoluir em sua jornada, não gostam de perder tempo em namoricos.

TÊM UM PROPÓSITO DE VIDA MAIOR DO QUE ENCONTRAR UM AMOR

As almas velhas vêm para esse mundo com um propósito, uma missão e muitas vezes acreditam que um amor poderia desfocá-las do cumprimento dessa tarefa. Antes de buscar um amor, elas dão prioridade à sua evolução pessoal e ao entendimento da sua função na vida.  Como um amor demanda muita atenção e dedicação, elas acabam por deixar os relacionamentos amorosos um pouco de lado.

ELAS NÃO SE DÃO BEM COM OS ENCONTROS MODERNOS

As almas velhas não se adaptam bem aos encontros modernos, aos encontros combinados em que duas pessoas se dispõe a se conhecer, perguntar sua profissão, idade, o que gosta de fazer, etc. Para elas, tudo isso é muito superficial. Elas gostam dos encontros casuais, de pessoas que se encontram e se conhecem, se conectam, têm energias semelhantes. Infelizmente esse tipo de encontro hoje em dia é cada vez mais raros. As pessoas costumam se falar por aplicativos, sites de encontros, por Facebook e isso irrita as almas velhas e aumenta a dificuldade em encontrar um amor.

ELAS NÃO GOSTAM DE FAZER “JOGUINHOS AMOROSOS”

Aquela velha história de: “vou esperar que ele me ligue, não vou ligar”, ou “vou fingir desinteresse, pois mulher gosta é disso” é algo que irrita muito as almas velhas. “Ficar” com alguém lhes é algo exaustivo. Elas não aguentam encarnar personagens para conquistar alguém, elas são muito instintivas e verdadeiras, não gostam de ficar fazendo charme, vão direto ao ponto e isso assusta muitas pessoas.

TÊM PADRÕES MUITO ELEVADOS

As almas velhas não ficam com qualquer pessoa só por ficar, só para ter uma companhia. Se elas acham que a pessoa não vale a pena, elas nem se dão o trabalho. Muitas pessoas acabam dizendo que elas são “exigentes demais”, mas a verdade é que as almas velhas querem alguém para partilhar a vida, não para dividir um sofá vendo novelas das 8. Elas esperam por alguém muito especial para ter ao seu lado, caso contrário, preferem ficar sozinhas.

ELAS TÊM MUITAS FERIDAS EMOCIONAIS ANTIGAS

As almas velhas carregam em si feridas emocionais dessa e de outras vidas. Normalmente, essas almas vêm fortalecidas pela experiência, mas não encontram uma vida fácil nessa encarnação, têm muitos desafios a vencer, que geram uma bagagem sólida mas dolorida. Por isso, elas sentem-se ressabiadas para se relacionar, pois não querem sofrer à toa. Para ter um relacionamento com alguém, precisam sentir que a pessoa é madura o suficiente para compreender o seu jeito e seu grau evolutivo.

ELAS QUEREM UM COMPANHEIRO COMPROMETIDO

As almas velhas precisam de um companheiro que queira estar ao seu lado, que as respeite e compreenda. Não conseguem estar ao lado de pessoas que traem, que não dão atenção, que fazem pouco caso da relação. Elas sabem que um relacionamento só vai para frente se for ativamente nutrido pelos dois, com muita dedicação e compromisso. Caso o parceiro não se demonstre dedicado a isso, elas pulam fora logo.

ELAS QUEREM UM RELACIONAMENTO AUTÊNTICO

Para as almas velhas, um relacionamento autêntico, onde cada um se sente confortável em ser quem é, sem falsidades ou mentiras é algo muito importante. Elas gostam de amores que incentivam a autenticidade mútua, onde ninguém precisa esconder nada ou fingir ser o que não é.

 Espiritismo Brasil Xico Xavier



14 setembro 2021

Vida de Aposentada

 


Há quem diga que quando nos aposentamos (reformamos) a nossa vida melhora, vamos, finalmente, viver aquilo que não vivemos enquanto trabalhamos, vamos, finalmente, fazer aquela viagem que adiamos para quando nos reformarmos, realizar aqueles projetos que adiamos, enfim…

Que ilusão, digo eu, por experiência própria, que me encontro reformada, há 2 meses e…nada.

Aposentei-me voluntariamente, porque, para além de não conseguir dar mais de mim ao Ensino Público, tenho uma mãe idosa ao meu cuidado, então, sonhos, viagens e projetos, ficaram em standby, aguardando dias melhores, porque, em primeiro lugar e para além de tudo, está quem precisa de mim…minha mãe, que só me tem a mim.

E…convenhamos, nunca estamos preparados para sermos mães de nossas mães.

Já é complicado aposentarmo-nos antes do tempo, porque trabalhar em Monodocência, nunca foi valorizado pelo Ministério da Educação e pelos nossos pares dos outros graus de ensino. Ser uma doente oncológica que trabalhava e dava o seu melhor pelas crianças, mesmo não conseguindo fazer muita coisa, pelas crianças fazia tudo e vê-las sorrir era o meu melhor prémio, mesmo com dores e indisposições diárias.

Sinto saudades dos abraços e dos sorrisos das crianças, mas não me arrependo de me ter aposentado, porque dei sempre o meu melhor, mesmo quando não podia.

Hoje, aposentada, sou mãe de minha mãe e por ela, dou o meu melhor todos os dias.

Sonhos e projetos???

Quem sabe? Um dia…

angelis


04 agosto 2021

Que me desculpem os acomodados, mas eu me tornei seletiva

 


Não sou mais a mesma, aliás, não somos mais os mesmos de alguns anos e até dias atrás. Mudamos o tempo todo. E eu, particularmente, acho isso fantástico. Por Thamilly Rozendo

Acontece que, de uns tempos para cá, percebi certo estranhamento de mim para mim. Entende? Percebi que muita coisa havia mudado: gostos, rotina, prioridades, amigos. E, sim, eu percebi que estava me tornando seletiva. Não era a todo lugar que estava disposta a ir e… Nossa, será que estou ficando velha? Eu me perguntava. Depois percebia que não me sentia bem, no sentido de me sentir à vontade com todas as pessoas. O que antes acontecia, agora não acontece mais. Fui ficando “chata”. Não era qualquer lugar, qualquer pessoa, qualquer tempo…

Eu era exigente, e me tornei seletiva.
No começo, eu me culpei bastante, achei que estava sendo chata, mas depois comecei a perceber que, na verdade, eu estava me priorizando. Sim. Primeiro, porque não é com todas as pessoas que nos sentimos bem. E está tudo bem. Segundo, porque não precisamos sempre estar dispostos a sair, às vezes, só queremos a calmaria do nosso lar, uma boa série (e já deixo a deixa para minha série favorita, The Handmaid’s Tale) e uma boa noite de sono. Terceiro, porque precisamos parar de nos cobrar tanto socialmente.

 Depois de um tempo, você percebe que o tempo é realmente algo valioso.
Com tantas coisas para fazer, dar conta, tantos compromissos, rotina (acordar cedo, voltar tarde, trabalhar muito, estudar…), você começa a priorizar o tempo que sobra com o que realmente lhe importa, com quem realmente lhe faz bem. E aí, meu querido leitor, não é qualquer lugar que nos cabe, não é qualquer pessoa que serve e, sim, nós nos tornamos seletivos. Que bom. Uma pena que demoramos tanto tempo para priorizar o que nos importa. Precisamos dedicar tempo, precisamos saber quem nos faz bem, quem não faz, quem nos acrescenta e quem nos diminui. Isso é priorizar a si mesmo também. Aprendi isso. Dói muito, mas aprendi que só se ama os outros amando a si mesmo.

05 maio 2021

Declaração de amor


 

Moncorvo, 3 de Abril de 1956

                                                                  Branquinha

Decerto que ao abrir esta carta, ficará admirada ao verificar, por quem ela é escrita, mas o caso é que não posso esconder por mais tempo, o que o meu coração desde há muito ambiciona.

Só longe de si, é que avalio o grande amor que lhe tenho, e como não podia deixar para mais tarde, o que já há muito sinto por si, formulei esta hoje, desejando que, a resposta venha de encontro aos meus desejos.

Bem sei que ao ler esta carta dirá, este rapaz não terá juízo, o caso não é para menos, pois que dirá logo namora com outra e vem declarar o seu amor por mim.

Mas não, o que sinto por si, já não é de hoje, talvez por acanhamento nunca lhe disse, julgo que, deve ter notado, já quando estava no Fortunato, mesmo pelos meus colegas, já sabia o que eu sentia.

Nunca lhe o quis dizer que a amava, para que não julgasse que era brincadeira.

Mas a brincadeira tomou proporções de tal ordem, que hoje, dentro do meu coração não cabe outro amor, que não seja aquele que sinto por si.

Talvez diga para si, o mesmo já disse a outras, comigo não levas a melhor.

Mas não Branquinha, sabe muito bem, que com as outras era uma brincadeira, o que consigo não será, pois que já tenho idade para pensar na vida a sério, e o que procuro é uma mulher que me compreenda e seja para mim a futura mãe dos meus filhos.

Nada mais ambicioso nesta vida, pois é para o que todos os nós homens lutamos, construir um lar.

Não quero deixar de não falar no namoro que tive, para que não julgue que ainda namoro com ela, no domingo de Páscoa ficou acabado entre nós, pois que já eram horas de terminar com um namoro, de onde não podia tirar proveito, visto que não reunia o ideal, que para mim representaria no futuro.

Espero que não leve a mal esta minha ousadia, aguardo pois correspondência sua, para a direção que abaixo menciono, onde me devo encontrar sábado.

Se não me julgar merecedor do seu amor, peço-lhe que queime esta, no entanto, conto na mesma com a sua amizade.

Aguardando a sua resposta com a maior ansiedade, assino-me

                                                                             Jorge

PS: esta carta foi escrita pelo meu Pai á minha Mãe e estiveram casados 58 anos, até o meu Pai falecer. Já não há amores assim.

20 fevereiro 2021

Dualidades...

(foto de Ana Filipa Scarpa)

Ás vezes tenho saudades de tempos passados, de alegrias partilhadas, de risos soltos, de abraços apertados.

Outras vezes, quero que me esqueçam, que não se lembrem de mim, que eu seja aquela nuvem chuvosa que passou, descarregou as suas gotas de chuva, vos molhou o coração e partiu para bem longe.

Dualidades existenciais que habitam dentro de mim e que muitas vezes lutam entre si, cada uma tentando vencer e colocando-me num campo de batalha que me retira as forças.

Quem não sente essas dualidades existenciais?

O confinamento a que estamos todos sujeitos, trouxe a cada um de nós fragilidades que o dia a dia escondia, na azafama diária para a qual não tínhamos tempo para pensar, e olhar para essas fragilidades.

Não tenho receio de admitir minhas fragilidades, não tenho medo de falar nas minhas dualidades e batalhas interiores e ninguém deve ter esse receio, esse medo, pois somos Humanos, temos sentimentos, temos forças que estão a ser levadas ao limite de nós mesmos.

Um dia, todos nós iremos rir descontroladamente, iremos abraçar com todas as forças da nossa alma.

Até lá, lutemos e não deixemos que as nossas dualidades levem a melhor sobre nós mesmos.

 angelis


Hoje eu adotei um humano...

Partiu meu coração vê-lo tão sozinho e confuso. De repente vi os seus olhos lacrimejantes enquanto ele olhava para os meus. Então lati com t...