Dançam, á minha volta, uma dança macabra, sussurrando palavras esquecidas, factos vividos que não quero recordar, avivando feridas mal saradas.
De repente…a música fica insuportável, o seu canto estoura-me os ouvidos, a visão fica nublada e as lembranças tornam-se um bolo amargo difícil de digerir.
Passado é passado – grito eu, desesperada e farta dessa lenga lenga.
Não volto a viver o que vivi, as lembranças, boas ou más, são parte de mim, mas os fantasmas posso expulsá-los.
No entanto, hoje, sinto-me sem forças, esgotada, farta de lutar contra os meus fantasmas, contra todos os que me assombram a VIDA.
Hoje, sinto-me como se estivesse numa cela de uma qualquer cadeia, presa por pecados cometidos contra todos.
Pecados, ou erros sociais, morais, ou outros que queiram imputar-me, não interessa, pois sinto o peso dos fantasmas, meus e dos outros a empurrar-me para um abismo que não é meu, que eu não quero.
Enjaulada…
Prisioneira…
Acorrentada…