26 setembro 2005

Escrita solta...


(foto de João Parassu)

Hoje as palavras dançam à minha volta…
As letras executam um bailado infernal…
As cores dos sentimentos estão em parte incerta…
Procuro as palavras certas, mas elas fugiram, andam algures por ai.
Procuro as cores vibrantes, mas elas escureceram, empalideceram.
A escrita soltou-se…desamarrou-se de mim…


Por vezes as palavras ganham vida própria…
Percorrem caminhos desconhecidos…
Aventuram-se fora de mim…descobrem novos mundos, novas palavras.
Por vezes as palavras soltam-se…
Percorrem mundos paralelos…mundos absurdos.
Descobrem novos sentimentos, novas cores, novas tonalidades.


Soltas, libertas…dançam…vibram.
Pintam-se de novas cores…
Moldam-se com novos sentimentos…
E trazem para dentro de mim…
E transportam para dentro de mim…
A escrita nova, a escrita solta…renovada…hoje.

angelis

23 setembro 2005

Porque...

Porque hoje é sexta...ou simplesmente porque me apeteceu deixar-vos algo para reflectir no fim de semana...
Porque há dias assim...em que nos apetece dar algo, ou simplesmente porque tive uma semana de trabalho intenso, sem horas e com reuniões intermináveis...
Mas, hoje é sexta feira, fim de semana e o Outono já entre nós, apesar do sol ainda sorrir com todo o seu brilho e esplendor e nos brindar com dias amenos.
Aproveitemos o sorriso solar, deixemo-nos contagiar pela sua alegria...sejamos mais solidários, mais fraternos...mais sorridentes.
E...não se esqueçam de ser felizes.



"Recomeça... se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade."

Miguel Torga

10 setembro 2005

Educação e Qualidade

Seria de perguntar à Sra. Ministra da Educação se sabe o que quer dizer esta dupla “Educação/Qualidade”, e mais…se conhece Paulo Freire.

Bom, se calhar poucos o conhecem…mas um dos seus livros “Politica e Educação” tem um capitulo dedicado a este tema “Educação e Qualidade”, que aconselho vivamente, a quem de direito ler, informar-se e depois “amandar” as leis cá para fora.

Mas criticas à parte… falemos do que realmente representa a qualidade na educação.

Paulo Freire (1921-1997) representa um dos maiores e mais significativos educadores do século XX. Sua pedagogia mostra um novo caminho para a relação entre educadores e educandos. Caminho este que, consolida uma proposta politico – pedagógica elegendo educador e educando como sujeitos do processo de construção do conhecimento mediatizados pelo mundo, visando a transformação social e construção de uma sociedade justa, democrática e igualitária.

Como estudioso, activista social e trabalhador cultural, Freire desenvolveu, mais do que uma prática de alfabetização, uma pedagogia crítico – libertadora. Na sua proposta, o acto de conhecimento tem como pressuposto fundamental a cultura do educando; não para cristalizá-la, mas como “ponto de partida” para que ele avance na leitura do mundo, compreendendo-se como sujeito da história. É através da relação dialógica que se consolida a educação como prática da liberdade.

É ao coração de homens e mulheres que fala Paulo Freire: chama-nos a compreender o mundo, olhando-o de forma crítica, carinhosa, mas não ingénua.

É um olhar claro, real, amoroso, com humildade e em conjunto.

Divulgar suas obras é não permanecer no silêncio, é continuar o diálogo, é partilhar.

“Eu gostaria de ser lembrado como alguém que amou o mundo, as pessoas, os bichos, as árvores, a água, a vida.” (Paulo Freire)

Haja quem lhe siga o exemplo, nomeadamente todos os profissionais de educação, aqueles que podem dizer que são bons profissionais e que neste momento se vêm ultrajados na sua dedicação á profissão, ás crianças e jovens que lhes são confiados em mais um ano lectivo.

Paulo Freire é um exemplo a seguir, como o são todos os professores e educadores, que anonimamente dão o seu sangue, suor e lágrimas á camisola que vestiram, á causa a que se dedicaram.

Para todos, um excelente ano escolar e que apesar de tudo o que nos atiram para cima, possamos mostrar mais uma vez que somos PROFISSIONAIS DIGNOS.

angelis

05 setembro 2005

TOLERÂNCIA ZERO

Inicio de ano lectivo…fim de férias…aiiiiiiiiiii…socorro!!!
Ando imensamente atarefada com o arranque do ano lectivo, e as novidades que a Sr.ª Ministra da Educação “atira” para os professores são de “matar” qualquer um.
Estamos pior que os condutores com o novo código das estradas, pois a ordem da senhora é: - TOLERÂNCIA ZERO.
O “recado” da Inspecção da Educação é: - TOLERÂNCIA ZERO.
Será que os professores são assim tão maus condutores? Será que os professores são assim tão infractores?
Claro que há abusos, claro que nem sempre o ano escolar corre da melhor forma…mas somos seres humanos, logo somos falíveis, passíveis de errar…ou será que temos que ser infalíveis, de aço e sem vida própria?
Agora a educação é uma estrada, na qual os condutores/professores têm que ser penalizados a todo o instante?
Perdoem-me o desabafo, mas cheguei há pouco da reunião de apresentação e recepção aos professores, no agrupamento de escolas a que pertenço e assustei-me com as perspectivas para este ano lectivo.
Não tarda nada somos proibidos de faltar, somos proibidos de estar doentes.
Sou educadora de infância há 23 anos, todos eles dedicados ao ensino público. Andei 17 anos da minha vida profissional a saltar de escola em escola a cada novo ano lectivo…sempre me empenhei e dediquei à profissão. Falhei, como toda a gente falha…mas passarem-me cartão vermelho, mas dizerem-me que tenho tolerância zero…meus amigos…é demais.
Este desabafo já vai longo…e não é mais que um simples desabafo de alguém que se sente frustrado, de alguém que vê que o seu esforço e dedicação merecem apenas duas palavras TOLERÂNCIA ZERO

angelis

01 setembro 2005

Regresso...ao trabalho

Desculpa-me AFlores, por ter copiado a tua imagem...mas achei a ideia gira e como tal...pimba!!!
Venho já...o dever chama-me.
Com muita pena minha, o que era bom acabou-se...buáááá...e as férias já eram.

Hoje eu adotei um humano...

Partiu meu coração vê-lo tão sozinho e confuso. De repente vi os seus olhos lacrimejantes enquanto ele olhava para os meus. Então lati com t...