(foto de Luis Mendonça)
Maria Alice vivia atormentada pelas sombras do seu passado, nem sempre claro, nem sempre correcto.
Agora que tinha conseguido estabilizar sua vida profissional e pessoal, os fantasmas do passado batiam-lhe à porta, com uma violência inusitada.
Que fazer?
Que caminho escolher?
Dizer a verdade? Mas a verdade magoava, destroçada, despedaçava.
Torturada por esses pensamentos obscuros, vivia seus dias, respirava no limbo, abraçada pelas sombras tortuosas, implacáveis que lhe sufocavam o coração e a mente.
Lembrava um longínquo dia, na sua adolescência, em que, não aguentando mais as dores do parto, deixou de lutar contra elas e deu à luz Vitória, uma menina rechonchuda e rosada.
Vendo-se a braços com um bebé, teve que tomar a decisão mais difícil da sua vida. Entregar sua menina para adopção. Mas, já que a carregara 9 meses no ventre, e que não podia criá-la (afinal era uma criança ainda, que completara 15 anos, há poucos dias), o justo seria entregá-la a quem pudesse criá-la e dar-lhe um futuro que ela não podia dar.
Porquê agora?
Porque voltava o passado?
Porque tinha que cruzar o seu caminho com António? E ele ter uma filha chamada Vitória?
Ironias do destino? Partidas sem graça da vida?
Ali, à mesa do restaurante, frente a frente com António e Vitória, o que fazer?
Como acabar esta trama?
Este é o desafio que vos lanço.
O final será decidido por vocês, meus fiéis leitores. Aceitam?
É uma história verídica ou fruto da minha imaginação?
Não se esqueçam que trabalho com crianças e como tal…aqui tudo pode ser verdadeiro ou não.
Comentem, digam de vossa justiça e o final será aquele que for mais inesperado, mais incrível e se aproxime mais da verdade…ou se distancie dela.
angelis