Há quem diga que quando nos aposentamos (reformamos) a
nossa vida melhora, vamos, finalmente, viver aquilo que não vivemos enquanto
trabalhamos, vamos, finalmente, fazer aquela viagem que adiamos para quando nos
reformarmos, realizar aqueles projetos que adiamos, enfim…
Que ilusão, digo eu, por experiência própria, que me
encontro reformada, há 2 meses e…nada.
Aposentei-me voluntariamente, porque, para além de não
conseguir dar mais de mim ao Ensino Público, tenho uma mãe idosa ao meu
cuidado, então, sonhos, viagens e projetos, ficaram em standby, aguardando dias
melhores, porque, em primeiro lugar e para além de tudo, está quem precisa de
mim…minha mãe, que só me tem a mim.
E…convenhamos, nunca estamos preparados para sermos mães de
nossas mães.
Já é complicado aposentarmo-nos antes do tempo, porque
trabalhar em Monodocência, nunca foi valorizado pelo Ministério da Educação e
pelos nossos pares dos outros graus de ensino. Ser uma doente oncológica que
trabalhava e dava o seu melhor pelas crianças, mesmo não conseguindo fazer
muita coisa, pelas crianças fazia tudo e vê-las sorrir era o meu melhor prémio,
mesmo com dores e indisposições diárias.
Sinto saudades dos abraços e dos sorrisos das crianças, mas
não me arrependo de me ter aposentado, porque dei sempre o meu melhor, mesmo
quando não podia.
Hoje, aposentada, sou mãe de minha mãe e por ela, dou o meu
melhor todos os dias.
Sonhos e projetos???
Quem sabe? Um dia…
angelis
Que sorte teres uma Mãe para cuidares, a minha já partiu há quase 30 anos! Beijinhos Ângela!
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