Espreitem o Pé de Vento [23/Março/04] sem medo ou sustos, pois é apenas uma leve brisa que sopra do coração.
31 maio 2006
A cidade é um chão de palavras pisadas
A cidade é um chão de palavras pisadas
a palavra criança a palavra segredo.
A cidade é um céu de palavras paradas
a palavra distância e a palavra medo.
A cidade é um saco um pulmão que respira
pela palavra água pela palavra brisa
A cidade é um poro um corpo que transpira
pela palavra sangue pela palavra ira.
A cidade tem praças de palavras abertas
como estátuas mandadas apear.
A cidade tem ruas de palavras desertas
como jardins mandados arrancar.
A palavra sarcasmo é uma rosa rubra.
A palavra silêncio é uma rosa chá.
Não há céu de palavras que a cidade não cubra
não há rua de sons que a palavra não corra
à procura da sombra de uma luz que não há.
José Carlos Ary dos Santos
25 maio 2006
O CÍRCULO DO ÓDIO
1 - O director de uma empresa gritou com o seu gerente porque estava irritadíssimo.
2 - O gerente, ao chegar a casa, gritou com a esposa, acusando-a de gastar demais.
3 - A esposa, nervosa, gritou com a empregada, que acabou por deixar cair um prato no chão.
4 - A empregada deu um pontapé no cachorrinho, no qual tropeçara, enquanto limpava os cacos de vidro.
5 - O cachorrinho saiu a correr de casa e mordeu uma senhora que passava pela rua.
6 - Essa senhora foi à farmácia para fazer um curativo e levar uma vacina. Ela gritou com o farmacêutico porque a vacina doeu ao ser aplicada.
7 - O farmacêutico, ao chegar a casa, gritou com a esposa porque o jantar não estava do seu agrado.
8- A sua esposa afagou os seus cabelos e beijou-o, dizendo: Querido!
Prometo que amanhã farei o seu prato favorito. Você trabalha muito; está cansado e precisa de uma boa noite de sono. Vou trocar os lençóis da nossa cama por outros limpos e cheirosos para que durma tranquilo. Amanhã você vai sentir-se melhor. Retirou-se e deixou-o sozinho com os seus pensamentos.
9 - Neste momento rompeu-se o Círculo do Ódio! Esbarrou na tolerância, na doçura, no perdão e no amor. Se você está no Círculo do ódio, lembre-se de que ele pode ser quebrado.
"Não mude a sua natureza. Se alguém lhe fizer algum mal, apenas tome precauções. Alguns perseguem a felicidade, outros criam-na. Preocupe-se mais com a sua consciência do que com a sua reputação. Porque a sua consciência é o que você é, e a sua reputação é o que os outros pensam de si. E o que os outros pensam, é problema deles!"
(desconheço a autoria)
18 maio 2006
Poema do coração
Eu queria que o Amor estivesse realmente no coração,
e também a Bondade,
e a Sinceridade,
e tudo, e tudo o mais, tudo estivesse realmente no coração.
Então poderia dizer-vos:
"Meus amados irmãos,
falo-vos do coração",
ou então:
"com o coração nas mãos".
Mas o meu coração é como o dos compêndios.
Tem duas válvulas (a tricúspida e a mitral)
e os seus compartimentos (duas aurículas e dois ventrículos).
O sangue ao circular contrai-os e distende-os
segundo a obrigação das leis dos movimentos.
Por vezes acontece
ver-se um homem, sem querer, com os lábios apertados,
e uma lâmina baça e agreste, que endurece
a luz dos olhos em bisel cortados.
Parece então que o coração estremece.
Mas não.
Sabe-se, e muito bem, com fundamento prático,
que esse vento que sopra e ateia os incêndios,
é coisa do simpático.
Vem tudo nos compêndios.
Então, meninos!
Vamos à lição!
Em quantas partes se divide o coração?
António Gedeão, Poesias Completas
e também a Bondade,
e a Sinceridade,
e tudo, e tudo o mais, tudo estivesse realmente no coração.
Então poderia dizer-vos:
"Meus amados irmãos,
falo-vos do coração",
ou então:
"com o coração nas mãos".
Mas o meu coração é como o dos compêndios.
Tem duas válvulas (a tricúspida e a mitral)
e os seus compartimentos (duas aurículas e dois ventrículos).
O sangue ao circular contrai-os e distende-os
segundo a obrigação das leis dos movimentos.
Por vezes acontece
ver-se um homem, sem querer, com os lábios apertados,
e uma lâmina baça e agreste, que endurece
a luz dos olhos em bisel cortados.
Parece então que o coração estremece.
Mas não.
Sabe-se, e muito bem, com fundamento prático,
que esse vento que sopra e ateia os incêndios,
é coisa do simpático.
Vem tudo nos compêndios.
Então, meninos!
Vamos à lição!
Em quantas partes se divide o coração?
António Gedeão, Poesias Completas
11 maio 2006
Amor Maduro
Depois de meio século, o amor já percorreu estradas,
dobrou esquinas e optou em encruzilhadas...
Já errou, já acertou, já deslizou, já se arrependeu
e, inevitavelmente, o tempo se foi.
Viveu-se o amor, perdeu-se o amor, alguns pelas mãos de Deus, outros pelo enfraquecimento do viver a dois.
Hoje, esse olhar em direcção ao amor continua mais lindo,
pois na longa caminhada dos sentimentos, aprendemos a somar,
a dividir e a multiplicar, sem chances de diminuir
no conhecimento do sentimento do amor.
O amor maduro chega de mansinho e se aloja em nossa vida,
sem tempo para acabar.
O caminhar a dois é mais sereno, a cumplicidade existe,
o carinho é mais espontâneo, não nos inibimos diante do querer,
a sintonia é completa e as lembranças são depositadas no álbum das saudades, que guardamos de um tempo que não volta mais.
Namorar nessa idade é carregar a ternura no olhar.
O brilho é mais intenso, a vontade de acertar é mais forte.
A construção do caminhar a dois é a soma do querer,
é o encontro de duas almas aplaudidas por dois corações
que dividem a emoção de amar.
As pequeninas atitudes, os gestos e os detalhes
são os alimentos que sustentam este amor.
Viver a dois é a alegria da companhia, do chamego dengoso,
dos beijos calientes e experientes, dos insinuantes olhares quando o desejo se manifesta e a promessa no olhar
de que, em todo amanhecer, será o mais belo bom-dia
entre dois seres que encontraram o amor!
(Desconheço a autoria)
05 maio 2006
Eu
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem sorte,
Sou a irmã do sonho, e desta sorte,
Sou a crucificada...a dolorida...
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo para me ver
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca, Livro de Mágoas
Eu sou a que na vida não tem sorte,
Sou a irmã do sonho, e desta sorte,
Sou a crucificada...a dolorida...
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo para me ver
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca, Livro de Mágoas
01 maio 2006
Não te canses...
Não te canses de amar.
É possível que a resposta do amor não te chegue imediatamente
Talvez te causem surpresa as reacções que propicia.
É possível que as aches desencorajadoras.
Sucede que, desacostumadas aos sentimentos puros, as pessoas reagem por mecanismos de auto defesa.
Insistindo, porém, conseguirás, demonstrar a excelência desse sentimento sem limite e mimetizarás aqueles a quem amas, recebendo de volta a bênção de que se reveste.
AMA, portanto, SEMPRE
Joanna de Ângelis
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