(foto de Armindo Dias)
Maria Amélia não conseguia dormir. Virava-se para um lado, virava-se para outro, mas o sono tardava e sempre o mesmo pensamento a martiriza-la.
Que fazer? Que caminho tomar?
Lembrava-se da conversa, tida há umas horas, com o Bernardo. As palavras dele ecoavam dentro da sua cabeça, ferindo seu coração.
- Não posso, Maria Amélia, tu sabes que não posso, não consigo. – Repetia, insistentemente, Bernardo.
Maria Amélia, olhava para ele incrédula. Como era possível? Viviam uma relação de anos, e ele agora dizia que não podia, que não conseguia?
- Que me estás a dizer? Não consegues, ou não queres? – Sussurrava Maria Amélia, já sem forças para mais.
Aquelas palavras torturavam, feriam. Dividida entre o amor de Bernardo e de João, viveu assim os últimos anos da sua vida, sabendo que não poderia ficar com os 2 homens da sua vida, sabendo que amava igualmente cada um deles, tinha, corajosamente, decidido e seguido seu coração. O amor que sentia por Bernardo, tudo o que partilhava e vivia com ele era mais importante, fazia-a mais feliz, mais risonha, do que o que nunca viveu e nunca partilhou com o João.
Teve a coragem de se divorciar, de lutar por sua vida. De, com mágoa, ter conversado com João, e como lhe custou essa conversa.
- Não acredito no que me estás a dizer!!!! – Retorquia, João, incrédulo.
Maria Amélia, deixava que as lágrimas caíssem livremente por seu rosto, e respondia:
- Perdoa-me, se poderes, mas, tenho que seguir o meu coração. Gosto de ti, tenho um carinho imenso pelo que és, mas não posso, não consigo amar-te como amo o Bernardo.
João cada vez mais estupefacto, não queria acreditar, era um sonho, só podia ser um sonho, bom…melhor…era um pesadelo.
O bom senso e o seu imenso coração venceram, e, ainda teve uma réstia de coragem para lhe dizer:
- Se assim é, só posso desejar-te toda a felicidade do mundo. Disse João, à laia de despedida.
E agora? Que fazer? Sentia-se sem forças, tinha-as esgotado. Sentia-se perdida e frustrada.
Como era possível? Se o Bernardo lhe dizia que a amava, que era a mulher da vida dele, que não a queria perder, que era louco por ela, como é que não conseguia, como é que não podia e não tinha coragem para ser feliz?
E o sono que tardava e a vida adiada…até quando?
Escolha acertada? Só a vida lhe dirá. Talvez possa ser feliz assim.
angelis
Olá amiga...
ResponderEliminarVim ler-te e matar saudades...
e deixar-te um beijinho
Tens econtado aqui diversas histórias de Mulheres. As escolhas (dúvidas) de muitas Marias...
ResponderEliminarAté breve amiga!
ResponderEliminarUm beijo com carinho*
Talvez possa ser feliz assim. Pois é, mas só o talvez já é duvida.
ResponderEliminarFica bem.
Um beijinho.
Manuel