Espreitem o Pé de Vento [23/Março/04] sem medo ou sustos, pois é apenas uma leve brisa que sopra do coração.
27 junho 2006
Prisioneiros
(foto de Afonso Duarte)
A vida é uma sequência ilógica de sentimentos, de sensações que nos perturbam, nos transformam ou nos anulam a razão.
Olho á minha volta e vejo olhares vazios, gestos suspensos no ar, beijos perdidos na vergonha de mostrar que amamos.
Suspendo um abraço terno...
Não encontro a quem o dar...
Não há receptividade...
Presos num dia-a-dia sem sentido, vivemos alheios aos outros.
Não vemos o companheiro, não beijamos o filho pequeno, não apreciamos a beleza singela da Natureza que se enfeitou para nós.
Prisioneiros...
É isso que somos...
Prisioneiros...
Encarcerados na vida ideal que construímos, mas á margem da própria vida.
Construímos celas para aprisionarmos os sentimentos...
Erguemos muros para nos protegermos dos outros...
E acabamos prisioneiros de nós mesmos, numa vida triste e cinzenta, rodeados de medos...
Rodeados de fantasmas que alimentamos com os restos de uma vida sem sentido.
Prisioneiros, até quando?
Derrubemos os muros...
Derrubemos angústias e desânimos...
Soltemos o sentimento...
Pintemos a amizade...
Aprendamos a amar...
Prisioneiros, até quando?
angelis
24 junho 2006
19 junho 2006
"Somos..."
(foto de Pedro Miguel Costa)
Na espiral do sonho,
Caminha lentamente a loucura.
Doce,
Implacável,
Irresistível.
Atrai-me ferozmente para o abismo.
E a inspiração solta-se.
Esqueço-me de tudo.
Mergulho profundamente.
É horrível a sensação de abandono.
Esqueço-me de mim
E entro em ti…
Violentamente.
Fundimo-nos…
Obsessivamente.
E a loucura apodera-se de nós.
Não temos nome
Nós somos o Tempo,
O Espaço.
Nós somos aquilo…
Que não fomos.
Nós somos aquilo…
Que sonhamos.
Nós somos o irreal,
O inatingível.
A loucura é o nosso meio,
Para atingirmos a felicidade.
Loucura até ao fim?
angelis
17 junho 2006
13 junho 2006
Histórias tristes...ou a triste história de uma mulher
A natureza humana não pára de me surpreender, e sempre que ouço histórias verídicas de mulheres, fico triste e pergunto-me como é possível...
Esta é a história da “mulher dos € 5”, ou a triste sina dos seus 2 filhos, ou mais uma história das mulheres galegas.
M. é casada e mãe de 2 crianças, um menino com 7 anos e uma menina com 4 anos e a historia dela começa com um episodio caricato no centro de saúde local.
Um belo dia, de manhã, em horário de consultas, entra o marido da M. muito zangado, pelo centro de saúde, e aos berros comenta: “ Era só o que me faltava, cheguei a casa e encontrei a minha mulher na cama com outro.”
O espanto dos utentes foi geral e os sussurros e comentários não paravam. O homem continuou: “Mas o que mais me chateia é que a “vaca” estava a beber o meu melhor uísque.”
Ai, não se contiveram...e as gargalhadas foram gerais. O homem era doido, então não queria saber do que se passava e apenas o preocupava a garrafa de uísque?
A partir dai, as bocas do povo nunca mais se calaram...e a M. fez jus á sua fama e começou a “aviar” clientes a €5.
A fama espalhou-se e a clientela aumentou. Mas, cada um faz o que quer da sua vida, o que revoltava as bocas populares era ela arrastar os filhos para as suas andanças e as pobres crianças assistirem a tudo. O que dizia o marido? Rigorosamente nada. A mulher trazia dinheiro para casa, e ele perdoava tudo pois gostava dela.
Um dia, pega nos 2 filhos e foge para outra terra, atrás de um homem. Por lá ficou cerca de 1 ano, até que voltou novamente a casa e retorna à mesma vida de sempre.
Queixas e tareias pelo meio, a policia metida ao barulho e o ultimo acto acontece quando, a família, preocupada com as crianças, resolve segui-la e descobre que ela os leva, quando vai atender os clientes e os deixa a dormir no seu carro.
Queixa formalizada à Protecção de Menores e os filhos são-lhe retirados.
E isto demoveu-a de continuar na vida que levava?
Nem pensar...vem novo filho a caminho de um qualquer cliente, e os outros 2 filhos, entregues aos cuidados de uma tia, sofrem a ausência da mãe e a pequenita diz que não gosta da mãe, que ela tem muitos homens e não quer saber dela.
Invenção? Nem pensar...esta é a triste história de 2 crianças cuja mãe trilha o caminho que escolheu, esquecendo-se dos sagrados deveres de mãe.
Conheço-os, conheço a sua triste realidade, e lamento a sua sorte, a das crianças que não pediram para nascer, que não escolheram a mãe que têm e, de certa forma, lamento as más escolhas daquela mulher, que se esquece dos filhos e que apenas pensa no seu triste vicio, que lhe dá €5 por cliente.
Para pensar...sem sombra de duvida!!!
angelis
08 junho 2006
Guerra
04 junho 2006
Costumes portugueses...
03 junho 2006
Estou feliz...
Sairam ontem, ao final da tarde, os resultados dos concursos dos professores.
As expectativas eram grandes e a apreensão também, pois este concurso mudou as regras das colocações, e mudará, nos próximos 3 anos, a vida de milhares de professores.
Se é justo ou correcto este sistema novo de colocações, não é isso que neste momento me interessa, embora me afecte, como afecta todos os professores, independentemente do grau de ensino.
Porque escrevo sobre isto? Muito simples...trabalho à 24 anos na educação e durante estes anos todos, trabalhei sempre longe de casa.
Ou tinha que ficar na terra onde estava colocada, ou fazia viagens intermináveis e cansativas, para estar em casa no final de mais um dia de trabalho. Saltei de jardim de infância em jardim de infância durante 17 anos. A cada ano lectivo uma nova colocação, o começar tudo de novo.
Quando me efectivei...bom...fiquei num quadro de escola a 100 e muitos quilómetros de casa e novamente o desterro e não só...
Aproximei-me um pouco, mas mesmo assim, durante 6 anos fiz cerca de 70 kms diários, o que se traduz num desgaste fisico e financeiro incríveis...
Por isso, ontem, quando sairam as colocações e vi que, finalmente, ao fim destes anos todos, consegui aproximar-me consideravelmente de casa e vou ficar pertinho nos próximos 3 anos, conseguem imaginar a minha felicidade?
Nem todos os professores tiveram essa sorte, eu sei e lamento, mas já tive a minha quota parte de desterro, de viagens cansativas e desgastantes...
No próximo ano faço as boas de prata...25 anos dedicados à educação de infância, dos quais não me arrependo, os quais me enriqueceram como ser humano e mulher e repetiria tudo de novo.
Queixas e lamentações? Tenho muitas e uma profunda desilusão por ver o nosso trabalho e dignidade pisados e não nos darem o justo e mercedido valor.
Como em todas as profissões, há bons e maus profissionais e neste momento estamos todos metidos no mesmo saco, rotulados da mesma maneira...mas isso são "outros quinhentos" como alguém costuma dizer.
Não estou aqui a lamentar-me, escolhi o ensino público por convicção e ainda hoje, decorridos 24 anos, acredito que o ensino público pode e deve dar uma educação de e com qualidade e que ainda há profissionais competentes e com imenso valor.
Já vai longo este meu desabafo...e eu só queria partilhar convosco a minha alegria e felicidade, por ter conseguido colocação perto de casa.
Estou feliz...
angelis
Hoje eu adotei um humano...
Partiu meu coração vê-lo tão sozinho e confuso. De repente vi os seus olhos lacrimejantes enquanto ele olhava para os meus. Então lati com t...
-
Quando começamos a escrever, não escrevemos com a intenção de contar as palavras ou as letras, escrevemos porque nos apetece e terminamo...
-
Se ninguém deixaria de ser feliz por nós, porque deixaríamos que a nossa felicidade dependa dos outros? Pensem nisso e...OUSEM SER FELI...
-
Partiu meu coração vê-lo tão sozinho e confuso. De repente vi os seus olhos lacrimejantes enquanto ele olhava para os meus. Então lati com t...