Espreitem o Pé de Vento [23/Março/04] sem medo ou sustos, pois é apenas uma leve brisa que sopra do coração.
01 setembro 2004
SIDA...porque nunca é demais alertar
Porque nunca é demais alertar, falar sem medos ou tabus e porque não acontece só aos outros.
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, é uma doença provocada por um vírus, chamado VÍRUS da IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (VIH). Este vírus ataca o sistema imunitário, isto é, o "arsenal de combate de que o organismo se serve para defender das infecções. Quando o sistema imunitário é atingido perde-se essa capacidade de defesa e aparecem muitas infecções graves ou tumores, muitas vezes mortais. Estas infecções chamam-se oportunistas porque aproveitam o enfraquecimento das defesas do organismo. Decerto, já ouviu dizer que alguém morreu de SIDA. Isto não é inteiramente correcto. O que de facto causa a morte são as infecções oportunistas ou tumores; a SIDA facilita o seu aparecimento. No entanto, o mais importante é saber que: A SIDA pode ser evitada; A SIDA não se apanha facilmente; Para se proteger basta tomar algumas precauções muito simples.
O QUE É O VIH?
Os médicos referem que a SIDA é causada por um vírus (Vírus da Imunodeficiência Humana). O VIH é um vírus frágil que não sobrevive fora do organismo, a não ser em condições excepcionais. Mas uma vez em circulação no organismo, pode aí permanecer "silencioso" ou "escondido" durante meses ou anos e ir fazendo grandes estragos no sistema imunitário. Portanto, muitas vezes, as pessoas que parecem estar em perfeita saúde podem, sem o saber, transmitir o vírus a outras. Os médicos ainda não têm certezas sobre a percentagem de pessoas contaminadas com o vírus virão a desenvolver a doença a que chamamos de SIDA. Também ainda não se sabe quanto tempo pode passar desde o momento da contaminação até ao aparecimento da doença.
Contudo, parece não haver dúvidas de que com o tratamento médico adequado, menos pessoas contaminadas virão a desenvolver SIDA. Actualmente, julga-se que muitas pessoas contaminadas pelo VIH podem viver com a doença durante muitos anos. Cada vez mais a doença provocada pelo VIH é uma doença crónica, que pode ser controlada, tal como a diabetes ou a hipertensão arterial.
O VIH transmite-se através de alguns líquidos orgânicos: o sangue, o esperma, as secreções vaginais, o leite materno. Não há nenhuma prova de que o vírus seja transmitido pela saliva, lágrimas, suor. O VIH entra no organismo através das membranas mucosas por exemplo, as paredes do recto, as paredes da vagina ou interior da boca ou da garganta) ou por contacto directo com o sangue. O vírus não atravessa a pele intacta; só o faz se houver uma ferida ou corte que facilite a sua entrada (através do contacto com fluidos de uma pessoa infectada).
O vírus não se transmite pelo ar, através dos espirros ou da tosse. Por isso, não há perigo nenhum no contacto social quotidiano com pessoas infectadas pelo VIH. "SEROPOSITIVO" para o VIH não é a mesma coisa que SIDA, AS PESSOAS COM VIH NÃO TÊM, AUTOMATICAMENTE SIDA.
FAZER O TESTE OU NÃO...
O teste ou análise de que você já ouviu falar detecta a presença dos anticorpos contra o VIH, produzidos pelo organismo. Um resultado positivo significa que se foi contaminado pelo VIH e que o organismo começou a fabricar produtos para se defender, que se chamam anticorpos. Um resultado positivo não quer dizer que você tenha SIDA ou que necessariamente, venha a ter SIDA no futuro. Os médicos sabem é que o VIH pode permanecer adormecido ou escondido no organismo sem que apareçam os sintomas durante um período que pode durar dez anos ou mais; por isso é que é muito importante aconselhar-se antes e depois de fazer a análise.
Qualquer que seja o resultado (positivo ou negativo) pode ter uma influência decisiva na sua vida. É importante saber muito claramente porque é que quer essa informação e o que ela significa para si. Uma análise negativa não deve ser encarada como uma licença para deixar de tomar precauções nas relações sexuais. Os anticorpos podem demorar semanas, às vezes meses, a aparecer no sangue. Actualmente, as pessoas infectadas com uma análise positiva confirmada têm várias opções, pois existem tratamentos novos para combater directamente o vírus, fortalecer o sistema imunitário e prevenir as infecções oportunistas antes de elas se desenvolverem.
O facto de você saber que foi contaminado pode ajudá-lo, a si e ao seu médico, a decidir se necessita de alguns medicamentos para se manter saudável. Não deixe que sejam os outros a decidir por si. Coloque todas as suas dúvidas ao seu médico, assistente. A OPÇÃO É SEMPRE SUA!
QUEM PODE SER CONTAMINADO PELO O VIH?
Toda a gente. O VIH afecta indiferentemente todas as raças, nacionalidade e idades. É possível evitar novas contaminações pelo o VIH, desde que todos colaborem na difusão das medidas de precaução a tomar nas diversas situações. CONHEÇA OS FACTOS!
O SEXO SEGURO É APENAS UMA QUESTÃO DE BOM SENSO.
Ao sabermos que o vírus se transmite pelos fluidos de um corpo, a maneira mais sensata de evitar uma contaminação é bloquear essa entrada. Os preservativos são o meio mais eficaz contra a contaminação pelo o VIH. A utilização de lubrificantes espermicidas, especialmente os que contêm nonoxynol-9, podem aumentar a protecção. No entanto, estes produtos devem ser usados em conjunto com os preservativos e nunca em sua substituição. Muitos preservativos são lubrificados, alguns com espermicidas, mas é natural que se prefira usar preservativos não lubrificados para o sexo oral. Os preservativos continuam a ser a melhor protecção actualmente disponível e o maior descanso pode dar em relação ao risco de infecção pelo VIH. Tanto os homens como as mulheres devem aprender a usar correctamente os preservativos. Faça por torná-los parte integrante do acto sexual, em vez de uma interrupção desajeitada e embaraçosa.
Eis o que deve fazer: quando o pénis estiver em erecção, desenrole o preservativo ao longo do pénis até à base, deixando um pequeno espaço na ponta. Tenha o cuidado de tirar as bolhas de ar. Nas relações vaginais ou anais, use cremes lubrificantes hidrosolúveis, isto é, solúveis em água, como por exemplo KY Gelly. É raro o preservativo se rompa quando usado com cuidado, mas sair antes do orgasmo pode ser uma preocupação adicional. O preservativo deve ser tirado enrolando-o para fora (não deve ser puxado) depois da ejaculação e antes de perder a erecção. Note que o preservativo só deve ser usado uma vez. Não tire o preservativo da embalagem selada até ao momento de o colocar, nem rasgue o pacote com os dentes, pode danificá-lo. Guarde os preservativos fechados, ao abrigo do calor, do sol, da humidade, e da luz fluorescente. Muitas marcas referem o prazo de validade na caixa ou nas embalagens individuais; outras põem a data de fabrico. Quando são guardados num lugar fresco e seco (não na sua carteira ou no porta-luvas do carro!) os preservativos duram cerca de dois anos depois da data de fabrico. Para saber mais sobre a qualidade de preservativos, consulte a Revista Nº113, de Março/92, da DECO – Proteste.
COMO ACONTECE A CONTAMINAÇÃO VIH
Ouve-se dizer, muitas vezes, que são as pessoas com "comportamentos de risco" que se infectam. Mas não interessa o que se é; o que importa é o que se faz. Os comportamentos de risco expõem qualquer pessoa à contaminação pelo VIH. Comportamentos de alto risco são ter relações anais ou vaginais sem protecção com uma pessoa contaminada ou desconhecida (sem protecção quer dizer sem preservativo). Embora seja mais fácil a contaminação do parceiro receptivo, as investigações já demonstram que o vírus também se pode movimentar em sentido contrário, contaminando o parceiro que penetra. Por isso, é tão arriscado ser-se parceiro(a) "activo(a)" como "passivo(a)", homem ou mulher, porque sem protecção parece ser a forma mais habitual de transmissão sexual. Mas é melhor é melhor ter cuidado, seja qual for a sua prática sexual. O sexo oral é menos arriscado, mas pode haver contaminação por via oral, o que faz com que se aplique a mesma recomendação: SEXO PROTEGIDO.
Partilhar agulhas com uma pessoa contaminada ou desconhecida, ou injectar qualquer substância com uma agulha e/ou seringa não esterilizada são comportamentos de alto risco. É por essa razão que os consumidores de drogas injectáveis nunca devem partilhar agulhas e seringas, nem o material utilizado para a preparação da droga, como colheres, algodão, sumo de limão (de preferência substitua o limão por vitamina c (ácido ascórbico) à venda nas farmácias.), água, etc.
Mas se isso acontecer, faça o seguinte: Ponha lixívia num recipiente, por exemplo num copo. Aspire-a para a seringa através da agulha e deite fora para o lavatório. Repita isto 3 ou 4 vezes. Pode também por a agulha e a seringa durante 20 minutos num recipiente com lixívia e água (1 parte de lixívia para 9 de água). Passe por água corrente todo o material durante vários minutos. Limpe o recipiente cuidadosamente com lixívia (não use a que serviu para pôr de molho a agulha e a seringa) e depois passe-o por água corrente. Saiba que dar sangue é completamente seguro! As agulhas usadas para tirar sangue são esterilizadas, vêm em embalagens individuais e são destruídas após o uso. Embora já tenha havido casos de contaminação actualmente, é pouco provável ser-se contaminado com VIH através da transfusão de sangue. Os processos de detecção do sangue contaminado já existem há vários anos. A outra forma de contrair o vírus é nascer com o vírus. Ele pode ser transmitido pela mãe contaminada ao filho antes do nascimento, durante o parto ou pelo leite materno. O VIH não se transmite por contactos superficiais, como tocar usar os mesmos talheres. Também não se apanha em casa de banho ou telefone públicos. Não há risco nenhum de viver com uma pessoa contaminada pelo VIH a não ser que se que se tenha relações sexuais não protegidas ou se partilhe seringas.
CUIDE DO SEU CORPO
A boa forma fortalecerá o seu sistema imunitário. Coma bem, descanse muito, faça exercício e evite o álcool e as drogas, mesmo o cigarro! Não se enerve, nem perca tempo a preocupar-se em adoecer. Um estado de espírito positivo pode mais que um armário cheio de remédios. Confie a um médico a sua história clínica, fale com ele/ela de todas as suas dúvidas acerca da sua saúde e da sua doença. Se não falar com ninguém imaginará sempre o pior. Em Lisboa, pode telefonar para a linha SIDA – 800 26 66 66 ou SOS SIDA – 800 20 10 40. Corrija as pessoas que falam em "vítimas da SIDA". Use a expressão "pessoas com SIDA". As pessoas que não têm SIDA, mas estão contaminadas pelo VIH chamam-se SEROPOSITIVAS. Tem obrigação, para consigo próprio e para com as pessoas que lhe são queridas, de saber o máximo que puder sobre o VIH e SIDA. As pessoas que vivem com a infecção VIH não são diferentes de outras pessoas com outras doenças potencialmente mortais. Não são as pessoas que estão à espera de morrer, mas as pessoas que vivem com a sua doença e continuam a participar na sociedade. Não são "vitimas", são simplesmente pessoas infectadas pelo VIH. Não há nenhum cuidado especial a ter, porque os contactos sociais quotidianos não espalham o vírus. Se vive com uma pessoa seropositiva para o VIH, há certos procedimentos que deve conhecer para os casos de emergência. A coisa mais importante que se pode fazer a uma pessoa infectada pelo VIH é ser um amigo. Trate-o/a exactamente como gostaria que o tratassem a si nas mesmas circunstâncias. Divulgue a informação e a educação, mas não o medo. Fale sobre o VIH com os seus amigos, parentes e colegas. Não tolere a discriminação contra as pessoas infectadas nem em público nem em privado. Participe no trabalho de uma organização ou envie a sua contribuição. Acima de tudo seja responsável por si próprio. Temos todos que ajudar a parar a difusão do VIH. Ninguém, a não ser nós próprios, o pode fazer e o momento é começar já.
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