30 agosto 2004

Memórias da minha infância


Ao tratar das tarefas domésticas (e confesso que não gosto muito), dei de caras com esta foto (aliás tenho esta foto num porta retratos na minha sala).
Lembranças vieram à mente, lembranças de tempos distantes. Não me recordo de ter tirado esta foto (só tinha 2 anos), fui ver por trás, meu pai tinha a mania de pôr a data e o local onde a foto foi tirada, e reparei que é de Agosto de 1962 (pois é…estou velhota…hehehe…é só fazer as contas e têm a minha idade) e foi tirada na Nª Srª dos Remédios em Lamego, no casamento da minha tia Maria Lucília e aqui a menina foi levar as alianças dos noivos.
Sempre tive um certo encantamento por esta foto, e ela levou-me a outras recordações, as tardes passadas em casa da minha avó materna, o chá de erva cidreira, que ela tinha sempre numa garrafa termos e que eu adorava. Nunca tomei chá tão saboroso e só de me lembrar quase que senti o cheiro, o sabor. As tardes passadas na brincadeira com o meu primo João (filho da tia a quem eu levei as alianças de casamento e originaram esta foto), aliás ambos gostávamos que a tia Mimi nos desse uns bocadinhos de pano, agulha e linhas (tesoura só com a supervisão dela, para não nos cortarmos) para confeccionarmos as roupas para as bonecas.
Minha tia era costureira e tinha sempre uma ajudante com ela, que para além de a ajudar, às vezes brincava mais connosco que ajudava e sempre com a minha avó por perto, sentada numa poltrona, rindo das traquinices dos seus netos.
Meu primo João hoje (tem 41 anos) é economista na banca, está casado e tem 2 filhos, e eu sou educadora de infância…
Porque estas lembranças todas? Talvez por estar prestes a retomar o trabalho, por mais um ano lectivo estar à porta, preparar o jardim-de-infância para receber as crianças, e tudo isso me lembrou a minha infância feliz, comparando com a infância atribulada das crianças de agora.
Lembranças felizes foi o que originou esta foto, cheiros, sabores, brincadeiras de outrora. Tenho pena que tanto a minha avó como a minha tia Mimi já não se encontrem entre nós…adorava a companhia delas e então a minha avó, sempre que ia a casa dela tinha sempre uma palavra de alento, um conselho, um sorriso e aquele chá de erva cidreira que eu tanto gostava.
Para elas, porque me proporcionaram uma infância feliz e lembranças doces um grande xi coração e obrigada por terem estado presentes na minha vida.

angelis

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