27 junho 2004

Quando...

Quando em teu coração desabrocha, cheia de vida, a flor perfumada do amor,
lembra-te que alguém a plantou certo dia, dentro de ti.

Quando o teu coração se ilumina do suave colorido do pôr-do-sol,
lembra-te que alguém amanheceu contigo.

Quando o fogo da paixão abrasa o teu coração,
consumindo todas as tuas fibras, na imolação do prazer, lembra-te que alguém acendeu esta chama.

Quando teu coração estiver bordado de sonhos dourados, tecidos com fios de luar,
lembra-te que alguém coloriu teu mundo interior.

Quando a noite te encontrar com o coração partido e angustiado pelas amarguras colhidas durante o dia,
lembra-te que alguém possui o lenitivo de que precisas.

Quando teu rosto não puder conter a torrente de lágrimas
que se afundam pelas dobras do travesseiro,
lembra-te que existe alguém te esperando de lenço na mão.

Quando a insónia te revolve desesperadamente na cama,
lembra-te que alguém pode semear sonhos de paz em tua mente.

Quando a solidão te oprimir e o teu grito não encontrar eco,
lembra-te que lá do outro lado alguém ama a tua companhia
e entende o teu clamor.

Quando os teus segredos não cabem mais dentro de ti,
ameaçando romper os diques de tua alma,
lembra-te que existe alguém disposto a recolhê-los e guardá-los
com o carinho e a dignidade que tu esperas.

Quando em teu coração mora o azul do céu, a calidez do sol,
o gorjeio dos pássaros, o perfume das flores,
a nostalgia do entardecer, o encanto das manhãs,
a serenidade dos lagos e o sorriso da ventura,
lembra-te que alguém tocou o teu coração
com a varinha milagrosa do amor.

Tu, que amas e vives no controvertido mundo do arco-íris e da escuridão, da calma e da agitação, da paz e da instabilidade,
saibas que existe mais alguém habitando o teu planeta!

Nas horas felizes, partilha com ele teus sorrisos;
nas horas de solidão, vai, levanta-te e o procura,
onde quer que ele esteja.
Ele não é senão parte de ti, assim como tu és parte dele.

Não olhes o relógio! Que importa as horas?
A vida é tão curta, não há tempo a perder.
Tu que amas, se tiveres a coragem e a singeleza de assim o fazer,
abra teus lábios e canta o milagre do amor,
porque só o amor aproxima as pessoas
e faz com que falem a mesma linguagem!

(Autor: Lauro Trevisan)

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