10 agosto 2004

Modernidade versus interioridade ou esquecimento?




Estive recentemente de férias no interior, mais propriamente na Serra da Estrela, e apesar de ser uma região turística é também o retrato fiel da interioridade deste país.
Numa das minhas saídas, munida da máquina digital, deparei com algo raro de se ver ou de se encontrar (principalmente para alguém que vive num centro urbano), um casal de idosos arrastavam um burro que por sua vez puxava uma carroça.
Não hesitei, parei o carro, tirei-lhes uma foto e segui viagem, absorta com os meus pensamentos que resolvi colocar aqui.
Temos um português na Presidência da comissão europeia, mas vemos idosos vergados pelo peso dos anos e do árduo trabalho, a puxar animais velhos e tão cansados como eles, na labuta do campo.
Dizemo-nos modernos, acompanhamos as potências europeias, mas as reformas são miseráveis, levando estes idosos a trabalhar de sol a sol na lavoura.
Os estudantes estão cada vez mais analfabetos e os resultados dos exames nacionais do 12º ano são a clara prova disso.
Quem se aventura pelo interior do país, vê uma população idosa, desgastada e desiludida, que não vive…limita-se a sobreviver.
Mas somos “presidentes da comissão europeia”, mas alienamo-nos com o Euro 2004, e agora?
O que fazer ao país real? Às carências sociais, às carências a nível da educação, saúde, à taxa crescente de desemprego, ao aumento dos combustíveis?
O que dizer a estes idosos? Que esperança para a interioridade que tem que ser imaginativa e ser ela mesma a sair dessa interioridade?
Que futuro para os jovens?
Afinal onde está a modernidade?
Será que não se esqueceram do país real?
Será que não se lembram que o país não é só os centros urbanos?
O interior está desenraizado, velho, por isso me questiono: Modernidade versus interioridade ou esquecimento?
Alguém se esqueceu do país real…!!!


angelis

1 comentário:

  1. Ha tantas coisas boas e belas
    Para dar aos nossos velhinhos
    Mas a melhor de todas elas
    Sao os nossos abracos e carinhos

    Sao coisas que nao te custam nada
    Mas que sao muito valiosas
    Que por Deus nos foram dadas
    Para dar-mos as pessoas idosas

    Portanto se tu as deres
    Aqueles a quem elas pertencem
    Acredito-te quando tu disseres
    Nao queria que eles sofressem

    Esta vida é uma passagem
    Aonde passa toda a gente
    Velhinhos teem coragem
    Ha melhores dias a frente

    Eu sou o defensor das velhinhas
    E dos velhinhos tambem
    Aferra-te a mim quando caminhas
    Embora nao vejas ninguem

    Tenta sempre imaginar
    Que alguem esta a teu lado
    Pensando assim tu vais ficar
    Muito mais forte e animado

    A vida nos incentiva
    A nao temer seja o que for
    E uma atitude positiva
    É de muito grande valor

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