03 abril 2004

Ser poeta




Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
E seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca

Sem comentários:

Enviar um comentário

Reencontros ou…partidas da vida?

  (foto de Álvaro Rocho) Há uns dias, reencontrei alguém que não via há 18 anos… Fiquei admirada, pois não esperava esta surpresa da vida,...